Um dos mais atraentes desejos do homem é viajar no tempo. A transposição deste objetivo para a literatura e o cinema sempre foram recorrentes. H.G. Wells, com A Máquina do Tempo, criou um ícone literário. Foi imitado e reimaginado diversas vezes. Para a Sétima Arte, alimentou a Ficção Científica, enquanto gênero que aposta no fantástico, mas com os pés fincados na natureza humana real. Não deixando, portanto, de ser plausível.
Exemplos como a trilogia De Volta Para o Futuro, alcançaram enorme sucesso por saber explorar de forma inteligente e divertida o mote da vigem no tempo, fortalecendo o filão no meio cinematográfico. O tema não se esgota.
Em Looper - Assassinos do Futuro, daqui a 30 anos se deslocar no tempo, é possível. Mas é ilegal. Os meios governametais a proibem. As oraganizações criminosas utilizam este meio para dar cabo a desafetos. Funciona da seguinte forma: estes "obstáculos" são enviados ao tempo presente para serem eliminados aqui por assassinos profissionais. O porém é que estes executores também serão eliminados, obrigatoriamente, ao final deste período de três décadas por eles mesmos, para evitar problemas futuros para os criminosos, fechando assim um ciclo, um loop.
É deste ponto que o roteiro do também diretor Rian Johnson ganha contornos muito mais abrangentes e surpreendentes. As noções de causa e consequência são cuidadosamente trabalhadas. O Joe do futuro e o do presente criam uma ligação bem coerente e as ações desencadeadas possuem nexo para o desenrolar fluente da narrativa. O interesse pela solução adotada para determinada situação é crescente. A condução de Johnson raramente é previsível, surpreendendo positivamente, Com isso, as peças vão se encaixando, sem contudo, soarem estranhas ao que já foi mostrado até então. Um quebra-cabeça bem montado, bem dirigido e valorizado ainda por vários outros atributos.
A direção de arte, lembrando as ficções científicas retrô, só reforça a crueza do cotidiano repressor. Soluções visuais e efeitos orgânicos inseridos com eficiência. Trilha sonora e edição em consonância. E, claro, as ótimas atuações do elenco!!
Bruce Willis mandando ainda muto bem nas sequêcias de ação, provando que consegue manter a adrenalina em alta no publico. Gordon-Levitt, com expressões e trejeitos compatíveis à de um assassino frio, mas não completamente desumano. E Emily Blunt, interpretando uma mãe realista. Uma menção à parte ao ator mirim Pierce Cagnon: ele simplesmente toma conta das cenas quando aparece!! Talentosissimo e com uma carga de responsabilidade enorme, devido ao personagem Cid na trama, que ganha uma importância vital para a configuração definitiva da narrativa!
Looper é uma ficção científica que não revoluciona. Porém, ao fugir de armadilhas comuns ao gênero, ganha muitos pontos positivos e comprova que o gênero ainda pode surpreender, fazendo entreter e pensar!!!
Direção e Roteiro: Rian Johnson
Duração - 118 min
Gênero:Ficção científica
Nome Original: Looper
País - EUA
Ano - 2012
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